quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

PORQUE LULA SERÁ VERDADEIRAMENTE PARA SEMPRE O ÚNICO O CARA



A SIMPLICIDADE, HUMILDADE E INTEGRIDADE DE UM GUERREIRO NATO.

Que o Luiz Inácio Lula da Silva é o maior político brasileiro todo mundo já sabe. Afinal de contas, como muito bem disse o presidente dos Estados Unidos Barack Obama, ele é o cara. E ontem, mais uma vez os recifenses encheram as ruas do Recife Antigo, não só para ouvir, mas antes de tudo para homenagear um dos homens mais íntegros e ideologista dos últimos tempos. E nesse ponto, dizer que o Lula é apenas um pernambucano que deu certo seria reduzir por demais sua magnitude enquanto político. Falar também que ele é apenas um nordestino que contrariou sua sina de misérias seria por demais simplistas para entendê-lo enquanto homem. O Lula é brasileiro. E sem fanatismos ou mesmo bairrismos, posso dizer que mais uma vez tive a chance de ouvir um grande líder, talvez o maior da contemporaneidade, falar para milhares de pessoas que como ele conseguem se orgulhar de sua nacionalidade. Não pelo simples fato de ser brasileiro, mas muito mais pelo fato de sabermos que historicamente somos fortes, justos em essência e puros por natureza.

Lula não é apenas o cara que mudou a história do país, representa acima de tudo a antítese da política brasileira, porque anda na contramão de uma cultura colonialista. Sua convicção na autonomia individual e seu carisma despertam o reencontro de cada brasileiro consigo mesmo. Resgata a vontade e o desejo que cada um de nós, por mais contaminado e educado pela lei da vantagem e malandragem do favorecimento, tem por justiça social. A vontade que sentimos em nos mostrar íntegros em princípios ideológicos de igualdade, simplicidade, integridade e caráter. Assim, ele nos ensina que ainda é possível sermos nós mesmos, sem a cruel necessidade que sentimos em recorrer á personificação do espertalhão e do demagogo, hipocrisias pelas quais tentamos esconder nossos verdadeiros valores morais para nos mostrar inteligentes e integrados a cultura do vale tudo para ser bem sucedido, hoje senso comum entre os brasileiros. 

Como grande político o Lula tem se mostrado também nesses últimos oito anos como grande professor da vida, quebrando os protocolos da convecionalidade e do mesmismo político. Generoso, fala abertamente aos novos candidatos ao cargo de presidente ou ídolos nacionais como se relacionar respeitosamente com seu público. E neste sentido revela uma receita infalível, talvez sua mais importante característica, falar olhando nos olhos do outro, contrariando a prática da maioria dos inexperientes e inexpressíveis políticos que sobrevoam seus olhares sobre nossas cabeças contabilizando números de adeptos ou súditos.  Até porque, o homem que hoje se destaca no cenário político, nacional e internacionalmente, aprendeu na prática a não buscar por cegos vassalos e alienados seguidores, mas por parceiros que compactuassem e acreditassem em sua bandeira de luta, a da justiça social, pela qual se tornaria possível o início da erradicação da pobreza para tornar o Brasil uma grande potência.

E antes de mostrar soberba por ser aclamado popularmente como o maior e mais querido presidente do Brasil, aquele é um homem que conta e reconta sua trajetória de fracassos para mostrar que refletir sobre as próprias derrotas pode nos revelar os grandes erros de nossos intentos, por mais genuínas que possam ser nossas intenções. E exemplificando sua doutrina descreve o encontro com uma das tantas mulheres guerreiras do interior brasileiro, onde esta lhe diz sem rodeios que não lhe dará seu voto por medo ou receio que o mesmo lhe tomasse tudo que tinha conquistado. Então, como convencer um desconhecido de sua integridade de caráter sem olhar nos olhos? Como transmitir sinceridade e confiança se as palavras já estão impregnadas de falsas entonações e conotações dúbias? Talvez o Lula político tenha redescoberto ali, naquele exato momento, a fórmula de seu sucesso: “falar com o coração”. Porque logicamente voltou a entender a voz do povo. Povo que de forma empírica aprende na prática e na labuta a reconhecer e identificar as condutas e concepções morais que se traduzem em índole.

Índole que buscou, e nem sempre encontrou em seus correligionários. A mesma índole que o transforma em estrela maior em meio a um palco repleto de políticos de peso e pretensos políticos que se tornam simples figurantes de um grande espetáculo popular. E digo espetáculo no sentido da excepcionalidade que impressiona vivamente, pois que Lula, apesar de dizer o contrário, se transforma num grande artista cuja obra maior é resgatar a autoestima e autonomia cidadã de seus conterrâneos num sentido mais amplo de nacionalidade. E ali, não estava apenas o político, mas o ser humano que se permite emocionar diante de sua gente. O homem simples que diz que “nordestino chora para fora, se debulha, enquanto que político chora para dentro e esconde emoções”. Um homem destemido que se mostra frágil e forte ao mesmo tempo, que chora uma saudade antecipada. Um homem que interrompe o discurso para brincar com o público e amenizar a dor da partida. Um grande mestre que não alisa a cabeça do pobre, mas que diz firmemente que este também tem condições de ser bem sucedido se forem dadas as devidas possibilidades de desenvolvimento.

E neste aspecto, particularmente me senti cúmplice em seu discurso e ideologia política, pois que Lula não fala de “oportunidades”, mas de possibilidades para o desenvolvimento humano. Não fala de migalhas e favores, mas de garantia de direitos e reconhecimento de cidadania. E diz que “sempre entendeu que ninguém nunca poderia ser um presidente bem sucedido sem conhecer verdadeiramente o Brasil” em sua dimensão que vai além das regionalizações e territorialidade. Pois que é preciso primeiro conhecer e reconhecer seu povo, e acima de duto se conhecer e reconhecer a si próprio em sentido de pertencimento. E em sua sabedoria aconselha aos pretensos sucessores que para tanto não basta sobrevoar áreas e/ou se limitar as capitais, mas é preciso adentrar os confins dos sertões, desbravarem matas fechadas, sentirem sob os pés a terra que racha ao sol, escalar as favelas e entender a origem de seu povo para se ter propriedade no discurso. E como salienta ao falar de seu passado, “só que sabe o que é carregar uma lata de água na cabeça, entende o valor do acesso a água nas torneiras todos os dias”.

É neste sentido que seu discurso torna-se único. Deixa de ser metafórico para se torar dissonante dos demais políticos, pois que é carregado de conhecimento de causa. Não que o discurso dos demais não seja, mas o diferencial se dá no conhecimento de causa vivida, na prática de quem vivenciou e conviveu com a carência e ausência, de quem sentiu na pele o peso da exclusão, a quem foi negada as possibilidades de desenvolvimento saudável e pleno. O diferencial se dá na fala de quem já esteve e por isso sabe o que é verdadeiramente se colocar no lugar do outro. Sem demagogia, sem rodeios ou falso moralismo cívico.

E é por isso, e por tudo que representou e concretizou em atitudes e realizações, que não só o Presidente, mas acima de tudo o homem Luiz Inácio da Lula da Silva será sempre “o cara”, e ainda mas, permanecerá por muito tempo no imaginário de milhões de pessoas como o único cara”.  Aquele que representa e representará verdadeiramente a cara de todos os brasileiros daqui para frente.

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