quinta-feira, 25 de abril de 2013

A CARNE E A MENTE FRACA DE UM PASTOR EX-GAY


 
O Dilema de um Deputado.

Segundo o Deputado Estadual baiano, Pastor Sargento Isidoro, atualmente no PSB, “... quando se pretende botar homem com homem, mulher com mulher, isso é o extermínio da humanidade”. Como pastor afirma que recebe em seu centro de reabilitação para pessoas usuárias de drogas jovens e adolescentes “alegres” que precisam de cura. Repudia a determinação do Conselho Federal de Psicologia, que proíbe a atuação do profissional que embasa o atendimento em uma utópica e criminosa concepção sobre a recuperação da homossexualidade, alegando que vivemos em um Estado Democrático. Então se pergunta: de que democracia fala um deputado, representante do povo, eleito pelo voto direto, que em nome de uma doutrina religiosa agride parte da população? Se a democracia prega a livre expressão, inclusive sexual, em quais preceitos legais e jurídicos se respalda um servidor público que prega que os “africanos são descendentes amaldiçoados de Noé” e que “na região onde a pele é mais negra começou a maldição da viadagem”?

Talvez a pergunta mais sensata a ser feita, principalmente por eleitores conscientes, seja: o que é realmente um deputado? Um homem comum ou um indivíduo responsável e respeitoso, consciente de seu papel perante a sociedade? Um deputado pode falar por si, ou somente em nome do coletivo? Se o seu salário é pago com dinheiro do contribuinte, e aí se incluem todos os brasileiros, não deve satisfações à população? Como pode, na posição de servidor público, que está a serviço do povo, classificar cidadãos honestos como “viados e viadas doentes”? Como pode afirmar que a dependência química é resultado da safadeza e da desobediência às leis divinas? Como pode classificar uma raça como pecaminosa, subjugando-a em detrimento de outra?

Um indivíduo que se diz ex-gay, mas que teme a recaída não pode ser uma pessoa séria. Um deputado que se diz recuperado em sua homossexualidade, mas que afirma não poder “ficar junto de um homem por muito tempo porque a carne é fraca”, não pode ser um político honrado e respeitoso. Um pastor que prega a desigualdade, a discriminação e o preconceito entre raças não pode ser um representante de qualquer que seja a divindade anunciada. Um indivíduo alienado que ignora a ciência, a justiça, os direitos humanos e o amor ao próximo não pode ser representante de nada e de ninguém. Talvez, mais do que a bíblia, ele precise de terapia e de internação. Um deputado que se coloca publicamente enquanto religioso fervoroso e salvador dos “desgraçados pecadores” perante a sociedade cospe na Constituição, lei máxima, que inclusive estabelece e regulamenta seu fazer político.

Um ser que se autoflagela na repressão demasiada e cotidiana de seus desejos é apenas um homem em crise. Um doente. Um político insensato e irresponsável que tenta se promover através de um discurso folclórico [no mais pejorativo sentido que caiba a palavra] é apenas um falsário, e nunca um ideólogo. Não cumpre com seu papel social. Não cumpre com seu papel político. Um homem que lida mal com sua própria essência e existência, não sabe lidar com o outro. Não está apto ao exercício cidadão, religioso, e muito menos político. Torna-se uma farsa. E de farsas, já nos bastam os [IN]Felicianos e [MALA]faias da vida! Para quem se diz ex-gay, ex-drogado, ex-bandido, ex-soroposito, ex-militar, talvez o caminho da salvação seja se tornar também ex-deputado! Que assim se faça a vontade de Deus e dos homens nas próximas eleições. Para que somente assim, todos os Orixás, Tupans, profetas, santos, anjos, ETs e querubins possam dizer Amém!

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