O MUNDO [DES]ENCANTADO DOS SARNEYS
Bandidos invadem um ônibus e
ameaçam os passageiros. Uma mãe implora pela vida dos filhos, duas crianças inocentes.
Apesar das súplicas, um homem mal joga gasolina sobre seus corpos e ateia fogo.
Mãe e crianças são transformadas em tochas humanas, junto a dezenas de outros
passageiros, sem a mínima condição ou possibilidade de defesa. A cena é
terrível, chocante e estarrecedora. Comove a população, acima de tudo por
traduzir uma bárbara realidade brasileira.
Na mesma semana uma licitação de
compras no pequeno valor de R$ 1,3 milhão (ou seja, um milhão e trezentos mil
reais), é aprovada para abastecer a cozinha do suntuoso Palácio dos Leões, prédio
histórico transformado em residência oficial de uma rainha louca e não menos
má. A situação é ainda mais estarrecedora se considerarmos a situação de
miséria em que vivem seus súditos, que sofrem violências cotidianas e morrem a
míngua sem a mínima condição ou possibilidade de defesa perante um governo
ditatorial, alienante, corrupto e esmagador.
Durante o ano de 2013, 60
(sessenta) presidiários são executados a sangue frio ou decapitados vivos dentro
das celas de um presidio. Na primeira semana de 2014, mais dois presidiários
são assassinados no mesmo local. A superlotação das penitenciárias brasileiras
é um problema recorrente que também traduz a barbaridade e ineficiência da gestão
do dinheiro público, desembolsado por milhões de brasileiros que são explorados
a olhos vistos e sem a mínima condição ou possibilidade de defesa diante de um
regime político nacionalmente corrupto.
Estamos falando do Estado do
Maranhão, mas poderia ser de qualquer outro do país, afinal de contas, a violência
não é um fenômeno exclusivo do Nordeste e, o crime organizado já comanda o
sistema carcerário há muito tempo país a fora. Estamos falando da governadora
Roseana Sarney, mas poderíamos estar falando de qualquer outro governante, pois
que esta não é a única corrupta a comandar um estado ou município brasileiro. Basta
constatar a terrível quantidade de sucessivos escândalos de corrupção e má
administração do dinheiro público que arrasa a nação.
Na minha infância, pedrinhas eram
apenas pequenos objetos com que se brincava em um saudável e inocente jogo de
competição entre crianças. Hoje, Pedrinhas figura no cenário nacional, e também
internacional, como nome de um Complexo Penitenciário, localizado no estado do
Maranhão. Tornou-se o epicentro nos debates sobre a violência no Brasil, como
se as condições indignas, a barbárie devido à superlotação e a consequente ineficiência
de nosso sistema penitenciário fossem grandes novidades. Não são! Assim, como também
não é novidade alguma, o fato de pessoas inocentes serem queimadas vivas ou
executadas diariamente em todas as regiões do país, nem sempre devido à ação de
bandidos, mas também da policia. O problema
maior, na verdade, é não saber nos dias atuais quem são, ou onde estão os
verdadeiros bandidos. Marginais, policiais e governantes se misturam em uma
mesma categoria. Assim, para se falar de criminosos no Brasil de hoje é preciso
especificar se estamos falando dos bandidos fichados, dos bandidos fardados ou dos
famosos e impunes bandidos de colarinho branco. Talvez isso ajude a refletir
sobre quais são os piores e mais perigosos, e principalmente sobre, nas mãos de
quem está a população brasileira.
Especificamente na situação do Maranhão,
é interessante, para não dizer assustador, constar que o patriarca José Sarney
assumiu o governo do Estado pela primeira vez, nomeado pelos militares, em 1966,
mesmo ano em que eu nasci. Ou seja, a dinastia Sarney comanda com punhos de aço
o mesmo estado há mais de 47 (quarenta e sete) anos. O Estado apresenta a
ultima colocação no ranking do Produto Interno Bruto – BIP per capita por
brasileiro; a segunda pior colocação do índice de Desenvolvimento Humano – IDH;
um dos maiores índices de analfabetismo do país (um entre cada cinco maranhenses
acima de 15 anos não saber ler ou escrever); uma das piores classificações do
desempenho educacional; um dos maiores índices de violência urbana; além de um
contingente de 5,5 mil (cinco mil e quinhentos) presos em presídios com
capacidade máxima para pouco mais de dois mil (ISTOÉ, 2303, ps.32/35, 2014).
E pensar que em 2002 se chegou a
cogitar a candidatura da louca e alienada governadora ao cargo máximo de Presidente
da República. Nossa sorte foi à descoberta de sua participação em um suposto escândalo
de desvio de verbas públicas que envolvia uma pequena quantia de R$ 1,3 milhão,
depositados nos cofres de uma empresa de sua família. Segundo a imprensa
nacional, esta mesma empresa, chamada Lunus, tinha como sócio Luiz Carlos
Catanhede Nunes, amigo inseparável da família Sarney, e que hoje, por coincidência,
é o dono da empresa responsável pelo processo de gestão e terceirização de todo
o sistema carcerário do Estado, que já recebeu mais de 22 milhões de reais durante
o governo da rainha louca Roseana. Se considerarmos o atual escândalo das
lagostas, que provavelmente ela comia enquanto enviava uma mensagem de
solidariedade à família da menina de seis anos incendiada no ônibus, poderemos
supor que talvez tenha certa obsessão pela soma de R$ 1,3 milhão. Coincidências?
Talvez, para os numerologístas, sua obsessão esteja no 13. Número da sorte! Número
do PT! Aparentemente, único capaz de salvá-la mais uma vez, em nome de uma
importante e necessária coligação com o PMDB nas próximas eleições. Será?
No campo erótico popular, “maranhão”
é conhecido como um pênis artificial, de borracha ou material correlatado. No campo
político, o Maranhão figura como símbolo maior da ditadura e corrupção
brasileira. Traduzindo no linguajar popular, m um ano de eleição, copa do mundo
e manifestações de rua, enfrentar o Maranhão vai ser realmente foda! Só mesmo a
base de lagostas!
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