terça-feira, 14 de janeiro de 2014

MARANHÃO: CHURRASCO OU LAGOSTAS?


O MUNDO [DES]ENCANTADO DOS SARNEYS

Bandidos invadem um ônibus e ameaçam os passageiros. Uma mãe implora pela vida dos filhos, duas crianças inocentes. Apesar das súplicas, um homem mal joga gasolina sobre seus corpos e ateia fogo. Mãe e crianças são transformadas em tochas humanas, junto a dezenas de outros passageiros, sem a mínima condição ou possibilidade de defesa. A cena é terrível, chocante e estarrecedora. Comove a população, acima de tudo por traduzir uma bárbara realidade brasileira.
Na mesma semana uma licitação de compras no pequeno valor de R$ 1,3 milhão (ou seja, um milhão e trezentos mil reais), é aprovada para abastecer a cozinha do suntuoso Palácio dos Leões, prédio histórico transformado em residência oficial de uma rainha louca e não menos má. A situação é ainda mais estarrecedora se considerarmos a situação de miséria em que vivem seus súditos, que sofrem violências cotidianas e morrem a míngua sem a mínima condição ou possibilidade de defesa perante um governo ditatorial, alienante, corrupto e esmagador.
 
Durante o ano de 2013, 60 (sessenta) presidiários são executados a sangue frio ou decapitados vivos dentro das celas de um presidio. Na primeira semana de 2014, mais dois presidiários são assassinados no mesmo local. A superlotação das penitenciárias brasileiras é um problema recorrente que também traduz a barbaridade e ineficiência da gestão do dinheiro público, desembolsado por milhões de brasileiros que são explorados a olhos vistos e sem a mínima condição ou possibilidade de defesa diante de um regime político nacionalmente corrupto.

Estamos falando do Estado do Maranhão, mas poderia ser de qualquer outro do país, afinal de contas, a violência não é um fenômeno exclusivo do Nordeste e, o crime organizado já comanda o sistema carcerário há muito tempo país a fora. Estamos falando da governadora Roseana Sarney, mas poderíamos estar falando de qualquer outro governante, pois que esta não é a única corrupta a comandar um estado ou município brasileiro. Basta constatar a terrível quantidade de sucessivos escândalos de corrupção e má administração do dinheiro público que arrasa a nação.
Na minha infância, pedrinhas eram apenas pequenos objetos com que se brincava em um saudável e inocente jogo de competição entre crianças. Hoje, Pedrinhas figura no cenário nacional, e também internacional, como nome de um Complexo Penitenciário, localizado no estado do Maranhão. Tornou-se o epicentro nos debates sobre a violência no Brasil, como se as condições indignas, a barbárie devido à superlotação e a consequente ineficiência de nosso sistema penitenciário fossem grandes novidades. Não são! Assim, como também não é novidade alguma, o fato de pessoas inocentes serem queimadas vivas ou executadas diariamente em todas as regiões do país, nem sempre devido à ação de bandidos, mas também da policia.  O problema maior, na verdade, é não saber nos dias atuais quem são, ou onde estão os verdadeiros bandidos. Marginais, policiais e governantes se misturam em uma mesma categoria. Assim, para se falar de criminosos no Brasil de hoje é preciso especificar se estamos falando dos bandidos fichados, dos bandidos fardados ou dos famosos e impunes bandidos de colarinho branco. Talvez isso ajude a refletir sobre quais são os piores e mais perigosos, e principalmente sobre, nas mãos de quem está a população brasileira.

Especificamente na situação do Maranhão, é interessante, para não dizer assustador, constar que o patriarca José Sarney assumiu o governo do Estado pela primeira vez, nomeado pelos militares, em 1966, mesmo ano em que eu nasci. Ou seja, a dinastia Sarney comanda com punhos de aço o mesmo estado há mais de 47 (quarenta e sete) anos. O Estado apresenta a ultima colocação no ranking do Produto Interno Bruto – BIP per capita por brasileiro; a segunda pior colocação do índice de Desenvolvimento Humano – IDH; um dos maiores índices de analfabetismo do país (um entre cada cinco maranhenses acima de 15 anos não saber ler ou escrever); uma das piores classificações do desempenho educacional; um dos maiores índices de violência urbana; além de um contingente de 5,5 mil (cinco mil e quinhentos) presos em presídios com capacidade máxima para pouco mais de dois mil (ISTOÉ, 2303, ps.32/35, 2014).
E pensar que em 2002 se chegou a cogitar a candidatura da louca e alienada governadora ao cargo máximo de Presidente da República. Nossa sorte foi à descoberta de sua participação em um suposto escândalo de desvio de verbas públicas que envolvia uma pequena quantia de R$ 1,3 milhão, depositados nos cofres de uma empresa de sua família. Segundo a imprensa nacional, esta mesma empresa, chamada Lunus, tinha como sócio Luiz Carlos Catanhede Nunes, amigo inseparável da família Sarney, e que hoje, por coincidência, é o dono da empresa responsável pelo processo de gestão e terceirização de todo o sistema carcerário do Estado, que já recebeu mais de 22 milhões de reais durante o governo da rainha louca Roseana. Se considerarmos o atual escândalo das lagostas, que provavelmente ela comia enquanto enviava uma mensagem de solidariedade à família da menina de seis anos incendiada no ônibus, poderemos supor que talvez tenha certa obsessão pela soma de R$ 1,3 milhão. Coincidências? Talvez, para os numerologístas, sua obsessão esteja no 13. Número da sorte! Número do PT! Aparentemente, único capaz de salvá-la mais uma vez, em nome de uma importante e necessária coligação com o PMDB nas próximas eleições. Será?

No campo erótico popular, “maranhão” é conhecido como um pênis artificial, de borracha ou material correlatado. No campo político, o Maranhão figura como símbolo maior da ditadura e corrupção brasileira. Traduzindo no linguajar popular, m um ano de eleição, copa do mundo e manifestações de rua, enfrentar o Maranhão vai ser realmente foda! Só mesmo a base de lagostas!

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