A INDIGNAÇÃO POPULAR TOMA AS RUAS DO
BRASIL.
Políticos
acuados, polícia assustada e o povo nas ruas!
Essa é a nova
cara do Brasil. O retrato de um país pego de surpresa, sem saber o que fazer
para controlar a massa popular que invade as cidades e escancara mundialmente
sua indignação diante de um modelo político corrupto e opressor. Não estamos
diante de um fato novo, muito pelo contrário, considerando o histórico de luta
do povo brasileiro. Mas, sem sobras de dúvidas, estamos sim diante de um momento
inusitado, considerando a inércia e a passividade de uma geração de jovens que
parecia alienada. Os vinte centavos no aumento das passagens de ônibus se
tornaram apenas a gota d´água para fazê-los acordar de um período de hibernação
apática que já ultrapassava limites patológicos.
De repente o
povo toma as ruas assustando a polícia repressora e acuando políticos, que
apressados buscam por respostas que não têm. E não poderia existir momento mais
apropriado para, mais uma vez, se retomar as rédeas do poder. E isto é apenas
um ensaio para um governo acostumado a repressão e opressão da opinião pública.
Para um governo acostumado as maracutais, que se movimenta em surdina, na
calada da noite e de forma obscura. Um governo que nunca aprendeu a ouvir as
vozes que vem das ruas. E não apenas a dos manifestantes que unidos ganham
força diante das câmeras e paginas dos jornais mundo a fora. Mas principalmente,
ouvir as vozes, ou mesmo a ausência destas, que vem cotidianamente das sarjetas
e dos esgotos putrefatos a que estão submetidos milhares de cidadãos, incluindo
crianças, adolescentes, jovens e idosos. Até porque são estas vozes que em
movimento de resistência permanente expõem as mazelas sociais, a ineficiência
das gestões públicas e fracasso do sistema. Expõem o descaso, o descompromisso
e a desqualificação de governantes oportunistas que se utilizam da máquina
pública para beneficiar a si mesmo, e a uma seleta parcela da população
denominada aliados.
Políticos
acuados, polícia assustada e o povo novamente nas ruas!
E este é
apenas um pequeno aviso para um país prestes a sediar grandes eventos de repercussão
internacional. No momento exato em que o mundo volta suas lentes e atenções
para o Brasil se vai às ruas para revelar um sentimento crescente de indignação,
vergonha e revolta diante de um Estado antidemocrático. Para desmentir os
discursos demagogos de políticos que tentam a todo custo vender uma imagem de
estabilidade econômica e de plenitude e satisfação social. Para gritar que os
políticos corruptos e inescrupulosos não nos representam, mas que ainda nos
oprimem da forma mais sórdida possível, negando inclusive o direito ao
exercício da cidadania.
Políticos
acuados, polícia assustada e nós estamos novamente nas ruas!
Não para
guerrear, quebrar ou danificar o patrimônio público, que é nosso, sem dúvida,
mas para dizer que basta de hipocrisia e malandragem. Para reclamar direitos e
exigir providências urgentes. Para dizer que não temos mais partidos, mas
mantemos a ideologia política respaldada na ética. Para gritar que, antes de
qualquer coisa, temos o orgulho de ser brasileiros conscientes e politizados.
Que o futebol não mais nos aliena e que muito menos somos micos domesticados
para fazer graça no grande circo que se transformou a politica nacional. Estamos
nas ruas para por fim ao nepotismo que invade as repartições públicas, para
findar com o circulo vicioso do apadrinhamento que só favorece a elite burguesa,
para acabar com o tráfico de influência, com a troca de favores com dinheiro
público e com a nojeira em que se transformaram as gestões públicas.
Políticos
acuados, polícia assustada e eu mais uma vez nas ruas!
Não para
incentivar os vândalos, que de forma mais explosiva também revelam nada mais do
que insatisfações. Mas para alardear que nossas cidades estão repletas de
miseráveis famintos; que nossas ruas estão congestionadas de pessoas
desassistidas e desamparadas; que crianças e adolescentes estão sendo
consumidas pelas drogas, assassinadas pelo tráfico a olhos vistos e vendidas
sexualmente por valores muito menores que os das passagens em cada esquina
diariamente e a luz do dia; que as sarjetas estão entupidas e inundando
moradias por falta de limpeza urbana eficiente; que as calçadas estão
esburacadas e inviabilizando a mobilidade; que as estradas se transformaram em
corredores da morte e em espaços de subornos e propinas; que o transito está um
caos, adoecendo a população; que as câmeras de monitoramento não reduzem a
violência e que o aumento de viaturas policiais, por si só, não garante segurança;
que o transporte, a saúde, a educação, a assistência social e a segurança
pública não atendem verdadeiramente as nossas necessidades e muito menos
justificam os altos custos dos impostos que pagamos. Por fim, estou nas ruas
junto ao povo para lembrar, antes de tudo, que políticos e governantes são
apenas funcionários e não patrões como imaginam ser. Estão a serviço da
população que paga seus estratosféricos salários e escandalosas mordomias. Para
afirmar que estamos cansados de ser enganados e roubados de maneira descarada
diariamente. Para exigir vergonha na cara, hombridade e transparência na gestão
de nosso dinheiro.
Políticos
acuados, polícia assustada e você também nas ruas!
Não como ato
de violência, mas como ato de coragem e disposição em lutar por direitos. Para
mostrar a cara e a consciência política que lhe faz um cidadão de respeito.
Para reclamar por melhores condições de trabalho. Para exigir qualidade nos
serviços públicos. Para contribuir com a moralização da política nacional e
execrar os corruptos. Para por fim aos desmandos dos poderosos políticos
autoritários e inescrupulosos. Para cobrar a redução de impostos e maior
qualidade de vida. Para exigir mais educação, saúde, alimentação, cultura e
lazer. Para por fim a violência moral e prezar pela paz. Para mostrar o poder
de transformação do seu voto. Para mostrar sua indignação com os desvios de
verbas públicas. Acima de tudo, para fazer justiça!
E isso é
apenas o que queremos e cobramos nas ruas: justiça e transparência na aplicação
de nosso dinheiro em benefício do coletivo. Isso é justiça social. Isso é
garantia de direitos. Isso é realmente democracia!
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