quinta-feira, 10 de novembro de 2011

INVASÃO OU INVERSÃO DE VALORES MORAIS E POLÍTICOS





A INVASÃO DO PET VERSUS A INVERSÃO DO PETI.


A cada novo dia me convenço mais que estamos envoltos em uma revolução que poderíamos classificar como sócio-ambiental. Refiro-me diretamente a Invasão Pet. E antes que se apontem duvidas sobre um horizonte por demais nebuloso, esclareço que o PET a que me refiro nada tem haver com o PETI. E só para evitar confusões, é bom lembrar que o Peti [com I] – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil é um programa do Governo Federal que possibilita a articulação de um conjunto de ações, que tem como objetivo retirar crianças e adolescentes das práticas do trabalho infantil. Nessa lógica reafirma-se o velho jargão de que “Lugar de Criança é na Escola”. Mesmo que estas não funcionem ou não contribuam efetivamente para o desenvolvimento cognitivo e/ou moral das crianças e adolescentes, como se verifica em muitas comunidades isoladas nos confins de muitos municípios pernambucanos. E não pensem que me refiro aos distanciados geograficamente da capital, pois que esta é uma realidade bem próxima e atinge também a grande área metropolitana. A isso se chama Inversão do Peti.

Já o Pet [sem I] a que aqui me refiro, trata-se do Politereftalto de Etileno, que é um polímero termoplástico formado pela reação entre o ácido tereftálico e o etileno glicol [se algum químico de plantão souber explicar melhor, agradecemos], principalmente utilizado na forma de fibras para tecelagem e na forma de embalagens plásticas para bebidas. Logo esse Pet é mais conhecido, afinal de contas quem não toma refrigerantes e sucos em garrafas plásticas? E o pior, quem nunca jogou uma garrafa dessas no meio da rua? A isso podemos chamar de Invasão do Pet. E este, assim como o Peti, também se mostra mau administrado pela maioria dos municípios, não só de nosso Estado, mas creio que de forma generalizada por todo o país.

A diferença entre ambos é bem simples: o primeiro é classificado e deve ser entendido enquanto “programa”; já o segundo, classificado e entendido enquanto “produto”. Logicamente devemos considerar que todo programa tem como objetivo um produto final de qualidade; ao passo que, todo produto tem como premissa básica a qualidade de um programa operacional. Mas independentemente de suas classificações, ambos - programa e produto dependem da qualidade gerencial. Assim, podemos dizer da existência de um verdadeiro antagonismo praticado pela gestão pública no que se refere ao gerenciamento dos dois. Pois que, se o Peti trabalha na perspectiva da prevenção enquanto estratégia de proteção contra as situações de vulnerabilidades e riscos sociais a que milhares de crianças e adolescentes brasileiras estão expostas; o Pet, por sua vez, representa uma ameaça não só a essas, mas a toda humanidade.

Digo então, que entender sobre Peti e de Pet é mais que uma decisão voluntária, mas uma consciente obrigação por parte de todos os cidadãos brasileiros. O gerenciamento de ambos é uma responsabilidade direta da gestão pública. Quanto a isso não há dúvidas. Mas o seu monitoramento e controle pertence e cabe à sociedade civil como um todo. Neste caso, o antagonismo também se estende ao povo, ou melhor, as populações em geral. Se por uma lado o Peti gera renda, que logicamente movimenta o mercado; por outro, o Pet tem gerado altos custos devido aos impactos ambientais, pelos quais todos nós pagamos. Logo, os elevados custos diminuem os lucros, o que enfraquece o mercado. Sem mercado não existe geração de renda, o que inviabiliza o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes. E assim sucessivamente.

O positivo da questão é que Peti e Pet mostram-se como grandes problemas administráveis. Mas para isso não basta boa vontade, mas educação. Principalmente educação de base, e consequentemente, educação política [o que logicamente difere da educação de base politiqueira]. Seguindo esse raciocínio, Peti, Pet e Educação estão diretamente relacionados. De forma mais simples e direta, a equação Peti/Educação/Pet respalda-se na possibilidade do Peti garantir educação de base também para o uso e controle do Pet por parte de crianças e adolescentes. E isso se faz na escola. Logo, vale a velha máxima de que o lugar de Pet é o mesmo da criança, ou seja, na sala de aula. O produto Pet se torna então instrumento de base para um programa de transformação social que se dará através da educação ambiental. E isso se faz através da consciência ecológica.

Amplamente sabe-se que criança bem educada contribui para a transformação familiar. Famílias bem informadas, não só sobre direitos, mas também sobre responsabilidades contribuem para a transformação social. Numa lógica seqüencial entenderemos que Educação de base transforma o indivíduo, que por sua vez transformará a família e consequentemente a sociedade. Se a sociedade transforma o Estado, sempre valerá a máxima de que só a educação será capaz de transformar o mundo. E isso é matemático, ou seja, é preciso [tanto no sentido de exatidão, quanto no sentido de necessidade].

Se o raciocínio lógico é fundamental ao desenvolvimento adequando dos indivíduos, também se mostra fundamental ao desenvolvimento do país. E isso se dá através do acesso ao ensino de qualidade. Que também será garantido a milhares de crianças e adolescentes em situações de vulnerabilidades e riscos sociais através do Peti. Mas este, especificamente, só funcionará e atingirá seus objetivos [que devem ser nossos enquanto cidadãos] se houver uma gestão política pautada na educação moral [o que infelizmente parece está em falta no mercado]. Será que a gente consegue? Melhor então deixar como reflexão.

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